Sábado também é dia de IX Jornalismo sem Fronteiras. O compromisso diário estava marcado para…
Os operários em construção
As obras do início da construção de Brasília começaram em novembro de 1956. A ideia do presidente Juscelino Kubitschek era mudar a capital do Rio de Janeiro para o interior do país para povoar aquela região do Cerrado brasileiro.
Mas engana-se quem pensa que ideia de construir uma nova capital foi só do presidente Bossa Nova. Brasília foi uma cidade longamente profetizada. Em 1813 o jornalista Hipólito José da Costa se referiu no Correio Braziliense à ideia de transferir a capital para o interior, ou nas palavras dele, para “junto às cabeceiras do Rio São Francisco”.
Logo após a Independência foi a vez de José Bonifácio defender na Constituinte a ideia de erguer uma nova capital na latitude de 15º, em sítio sadio, ameno fértil e regado por um rio navegável”.
Foi mais de um século depois das palavras de Hipólito e Bonifácio que a ideia começou a tomar forma na vida real.
Ainda do avião, ao observar a vastidão do cerrado, me peguei fazendo uma viagem mental no tempo, imaginando como foi desbravar essas longínquas plagas há 60 anos…
E de imediato me lembrei do Operário em Construção do Vinicius:
“Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casa
Que lhe brotavam da mão”
No início da obra apenas 3 mil trabalhadores começaram a levantar a cidade. Passados nove meses, 12 mil pessoas viviam a trabalhavam em Brasília.
Os trabalhadores que construíram a cidade receberam o nome de Candangos. Eram imigrantes pobres vindos de vários estados brasileiros, principalmente da região Nordeste. Estimativas indicam que o número de trabalhadores na cidade chegou a 80 mil. O número dos que morreram não se sabe ao certo. Sabe-se apenas que foram muitos. A partir de Brasília o país se tornaria o campeão mundial de acidentes de trabalho.
Com o suor e sangues dos candangos “onde havia apenas deserto e se escutava só o miado da onça” ergue-se no meio do cerrado umas das cidades mais modernas do mundo.
Na sua certidão de nascimento conta a data: 21 de abril de 1960.
Em solo
Nosso primeiro contato com a capital federal dá-se no aeroporto.
O Aeroporto Internacional de Brasília leva o nome do ex-presidente e criado da capital federal Juscelino Kubitschek. Localizado no Lago Sul da cidade, opera em média 15 mil pousos e decolagens por mês, e tem uma média de movimento diário de 49 mil passageiros. Com esses números, o aeroporto tornou-se o 2º maior do país em movimentação de passageiros (ficando apenas atrás do Aeroporto de Guarulhos).
No ano passado foram concluídas algumas reformas no espaço, e com isso o aeroporto passou a ter um espaço maior, com 20 mil metros quadrados, chamado de Piér Sul, além de dez novos portões de embarque com a acesso a aeronaves (a nova sala de embarque tem vista panorâmica para o pátio de aeronaves, além de restaurantes, livrarias e lojas de conveniência – que, diga-se de passagem, nenhum de nós teve tempo de apreciar porque o nosso transfer já nos esperava para nos levar ao hotel).
Depois do aeroporto, no caminho até o hotel foi o momento de deixar surpreender-se pelo caminho, a reparar na cidade que nos abrigará durante uma semana. O estilo dos seus prédios, a disposição das suas ruas, o rosto dos seus habitantes. Sentir o clima. O ar. O tempo.
Por hoje é só. Nos saciamos com as novas descobertas e nos embebedamos com o saber histórico da nossa capital. O blog se fecha. Amanhã abriremos novamente.
Esses aí são dois dos nossos repórteres que estiveram na tarde de hoje no Congresso acompanhando toda a discussão do processo de impeachment… Quer saber tudo o que rolou? Amanhã você confere quando nosso blog reabrir…
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