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A tal carta

Cartas… Há quanto tempo não escrevo uma carta? Nossa! Muito tempo.

Tenho certeza que o caro leitor também se encontra na mesma situação… Perdemos o prazer do cheiro de papel e das palavras escritas com nossas singulares letras (algumas bonitas, outras inelegíveis) pela praticidade e instantaneidade de mensagens trocadas por e-mail, WhatsApp e afins.

Assim, como pode uma carta ainda causar tanto furor?

Uma das cartas mais famosas que conhecemos no Brasil é a de Pero Vaz de Caminha relatando o descobrimento dessas terras tupiniquins.

Bem, a carta a que me refiro não é sobre o descobrimento de nenhuma nova terra por aí… Mas causou tanto furor no Planalto brasileiro quanto a de Caminha deve ter causado na Coroa portuguesa.

Suspense! A não ser que esteja acompanhando o noticiário de Brasília dessas últimas horas. Aí já sabe bem do que se trata…

Mas vamos manter o suspense.

Continuaremos com mais história…

O telefone toca. Uma olhada rápida para ver do que se trata. O semblante fica sério.

“Deve ser algo importante”, pensamos.

– Onde estávamos mesmo? – retoma o repórter.

– Discutíamos uma pauta sobre meio ambiente e os resultados efetivos que a COP 21 trará para o Brasil – responde um dos participantes.

– Ah sim! Então… O primeiro item a se pensar é: quem é o leitor que lerá essa matéria? Devemos sempre fazer uma reportagem pensando no perfil do leitor e…

 

O telefone toca novamente. O semblante fica mais sério.

Caro leitor… O assunto é tenso. Muito tenso.

 

A situação acima descrita aconteceu na noite desta segunda. Depois de uma tarde agitada no Congresso, em que os participantes acompanharam toda a movimentação em relação ao processo de Impeachment, a noite o momento foi de conversa. Nos reunimos para trocar ideias, relatar experiências vividas nesse dia intenso e para complementar todo esse aprendizado recebemos a presença do repórter da GloboNews, Murilo Salviano, que contou um pouco da sua rotina de trabalho e era o dono do telefone que tocava a todo instante.

Entre um assunto e outro, Murilo estava às voltas com seu celular. Respondia mensagens, entrava em contato com fontes e interrompeu três vezes nossa conversa para falar ao telefone.

Coragem! A semana está pegando fogo em Brasília…

Em pouco menos de duas horas, durante o tempo em que Murilo esteve conosco, vimos que vida de repórter que cobre política não é nada fácil. Como o próprio Murilo nos explicou, na cobertura política nada tem hora certa para acontecer. Você pode estar passando as férias na França ou em um jantar romântico.

 

Não importa. O telefone pode tocar e alguma fonte importante pode te passar alguma informação.

E foi basicamente isso que aconteceu no meio do caminho…

Uma tal carta bombástica que o presidente Temer enviou em tom de desabafo para a presidente Dilma.

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Durante nossa conversa Murilo recebeu essa notícia e logo na sequência a íntegra da carta que Temer enviou para Dilma. Logo nos disse que seus colegas da GloboNews já estavam passando essas mesmas informações que acabara de receber para os telespectadores. Nos disse que é assim mesmo, não importa o lugar nem a hora que você está. É preciso sempre manter bons contatos e cultivar as fontes para quando um momento como esse chegar você ser o primeiro (ou um dos primeiros) a receber a informação.

 

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Já estava ficando tarde. Estávamos todos acordados desde cedo. Era hora de partir: para as camas ou para os computadores (para trabalhar um pouco mais durante a madrugada).

 

Nota de rodapé: na tarde desta terça-feira durante confusão na Câmara dos Deputados por conta da votação da chapa que vai votar a comissão do impeachment, pudemos observar na televisão durante a entrada ao vivo de Murilo Salviano algumas das dicas que ele forneceu para o grupo.

 

“Durante uma manifestação, descreva o que está vendo” – e foi exatamente isso que ele fez. Murilo descreveu toda a cena que via, narrando com a câmera do celular tudo o que acontecia na sua frente (fazendo a entrada ao vivo via Skype) descrevendo em frente as cabines de votação a movimentação que ocorria ali na frente, quem eram os deputados que estavam votando, além de ir explicando (com informações já pré-apuradas) tudo o que estava acontecendo, dando detalhes de como acontecia a votação e explicando as diferenças e funcionamento das chapas.

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