Sábado também é dia de IX Jornalismo sem Fronteiras. O compromisso diário estava marcado para…
Independência
A independência Argentina foi proclamada no dia 9 de julho de 1816 na cidade de Tucumán. Diversos generais protagonizaram a as lutas pela independência do país, e um dos mais famosos foi o general José de San Martín.
199 anos depois estamos cá, em Buenos Aires, em pleno 9 de julho, feriado na capital argentina.
Primeiras impressões
A importância desse dia (além de ser um feriado onde as pessoas descansam e poucas lojas estão abertas) foi percebida logo cedo. Ainda de madrugada observei que os funcionários da recepção do hotel colocaram sobre a mesa um pequeno recipiente que continha pequenos laços com as cores azul e branca da bandeira da Argentina. Como sabia do feriado imaginei que aquilo tinha a ver com o 9 de julho, mas só fui saber no dia seguinte que os hóspedes podiam pegar aqueles lacinhos com alfinetes e colocar no peito. Explicar é meio complicado e descrever pode parecer que o objeto é mais complexo do que realmente é… Por isso aqui vai uma foto:
Nas ruas do centro da cidade bandeiras da Argentina estavam espalhadas em todos os cantos. Crianças carregavam pequenas bandeirinhas. Uns usavam a camisa da seleção…
E em um dia em que o sentimento patriota está inflado, os vendedores ambulantes aproveitam para vender seus produtos. Flagramos um deles na Plaza de Mayo:
A Avenida de Mayo estava tomada de gente. As barracas de comidas típicas de vários países da América Latina exalavam um cheiro que tomou conta do início da via. A comemoração contou não apenas com barracas, mas com um palco que estava montado no início da avenida e tinha uma banda que tocava músicas típicas.
Bolivianos, uruguaios, paraguaios, venezuelanos, colombianos, chilenos… Pensou que só os argentinos foram às ruas comemorar o 9 de julho?
Numas das esquinas próximas a catedral, em poucos minutos enquanto tentava fazer um fala-povo (enquete em que as pessoas respondem a uma pergunta específica) encontrei pessoas de todas essas nacionalidades.
No Brasil no nosso 7 de setembro estamos mais acostumados a ver o tradicional desfile que acontece em algumas cidades. Por aqui a dinâmica é um pouco diferente…
Em conversa com um repórter e um cinegrafista da rede de televisão C5N eles contaram que essa concentração na Avenida de Mayo é tradicional e acontece todos os anos, sempre contando com muita gente…
Mães da Plaza de Mayo
Breve histórico
Restless, mães marcham cada
quinta-feira, atender toda terça-feira
e não pode pagar o tempo
Desde o dia 30 de abril de 1977, toda quinta-feira, às 15h30, um grupo de mulheres se reúne e começam a andar em círculos, em volta da Pirâmide de Maio. Essas mães, muitas hoje senhoras, andam todas as quintas com um objetivo: não deixar que o sopro da história faça com que a sociedade esqueça que a ditadura militar Argentina (1976-1983) deixou 30 mil desaparecidos. Muitos deles, os próprios filhos delas.
É muito bacana poder ver de perto algo de que sempre se ouviu falar. Sabia que as mães se reuniam toda quinta e ficavam dando voltas na praça, mas nunca as tinha visto de perto.
Aquelas senhoras caminhavam com dificuldade. Devagar. Tinham um olhar cansado, mas fixo no horizonte.
Foi como viver um pedaço da história recente da Argentina ali, bem do lado.
Indescritível.
Fiquem com algumas fotos:
Produção
Quinta-feira… feriado… Pode ser dia de descanso para alguns. Mas para nosso grupo foi dia de trabalho e de muita produção. Os participantes aproveitaram o dia para adiantar os textos, finalizar as últimas entrevistas, e dar os toques finais nos infográficos.
Os repórteres tomaram conta da recepção do hotel e até do bar!!!! Quando se é repórter qualquer lugar é utilizado para se escrever uma matéria…
Tudo vale a pena!
Nada melhor para saber que o trabalho está valendo a pena do que ouvir o relato de alguém sobre como sua vida, percepção ou até mesmo visão sobre a profissão foi mudada durante a semana.
Depois de me mostrar alguns parágrafos da matéria que estava produzindo e os infográficos que serão utilizados, em uma conversa informal a Ana Ardito disse:
“Estava muito desanimada em relação a profissão. Mas essa semana aqui em Buenos Aires me deu gás e vi que aquilo que os repórteres estão produzindo aqui é exatamente aquilo que eu quero fazer”.
Como é bom saber que a semana intensa de trabalho, as poucas horas de sono e toda essa correria estão valendo a pena.
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