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Construindo o amanhã

Para ser jornalista, é preciso também ser uma espécie de senhor do tempo. Escrevemos sobre o passado, que tem que ser o mais próximo do presente possível, projetando para o futuro. Precisamos adivinhar hoje o que será importante amanhã, antes mesmo dos acontecimentos se concretizarem. Trazemos para o público uma situação do passado que passa a ser seu presente e seu futuro. Os jornalistas moldam o tempo das pessoas.

Nada melhor para perceber isso do que assistir a uma das reuniões de capa do jornal La Nación. Eram 15h quando os editores de todos os cadernos do jornal impresso e o editor do online se reuniram para decidir quais os eventos que haviam passado e o que seria importante para a população saber no dia seguinte. Importante o suficiente para merecer um espaço na capa.

Cada um dos editores ia falando as pautas que os repórteres sob sua responsabilidade haviam trazido ao longo do dia e todos em conjunto discutiam e pesavam a devida importância delas. O editor de online trouxe os últimos números de quais matérias estavam tendo mais acessos no site, e essas iam ganhando destaque. Outro ponto importante para a seleção eram as fotos. A sala contava com um projetor e o editor gráfico foi passando uma por uma as que já haviam sido pré-selecionadas. As que contavam com imagens mais impactantes, ou artísticas, ganhavam uma anotação nos blocos dos editores.

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Enquanto falavam, o editor-chefe já ia construindo, no verso de uma folha de papel, o espelho da capa do jornal. Alguns traços e rabiscos, uma pequena alteração, e estava pronta a capa do jornal do dia seguinte. Toda a reunião não durou mais de uma hora. Haveria mais uma no fim do dia caso alguma coisa mudasse, mas era isso. Tudo o que é mais importante para as pessoas saberem amanhã, decidido hoje.

O resto da visita pela redação do jornal foi com a companhia do repórter de política, Hernán Cappello, que nos contou um pouco sobre o funcionamento do La Nación e sobre os projetos digitais em que estão investindo. Ao contrário do Clarín, que por enquanto usa as redes sociais apenas como forma de gerar cliques para o site, o La Nación está investindo em projetos para dotar os jornalistas analógicos de ferramentas digitais: além de uma sessão do jornal voltada para criar histórias jornalísticas através do Snapchat, são oferecidas aos funcionários formações constantes para uso de web, uso de redes sociais e uso de ferramentas móveis para realizar matérias. Dá certo, o La Nación conta com a visita de 27 milhões de usuários únicos por mês.

Hernán usou uma frase que resume bem essa necessidade dos jornalistas de hoje de se adequarem aos novos meios digitais: “Temos que ir aonde a audiência está. Se estão nos celulares, vamos para os celulares”.

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Hernán nos mostrou em detalhes o espelho da capa construído durante a reunião.

Depois da visita, tarde livre para finalização das apurações e entrevistas para as matérias. Palavras de ordem vindas da nossa coordenadora e editora, Claudia Rossi: mexam as perninhas, mas parem logo de mexer. Ou seja, o tempo do programa está acabando, quem ainda não acabou de apurar, deve correr e começar logo a escrever as duas matérias que devem ser entregues no sábado.

No final do programa, rola sempre uma grande ansiedade. Porque falta uma entrevista, porque não tem uma certa fala específica, porque não vai ter tempo de escrever… Calma. Respira. O importante é fazer valer com o material que você tem, e não se preocupar com o que não tem. Vai dar tempo. Vai dar tudo certo. Repetimos muito essas palavras.

Para descontrair um pouco nessa etapa final, demos uma parada nas matérias para comemorar o aniversário da participante Natália. Fizemos uma festa surpresa, com pizza e bolo. Também é bom parar e se divertir um pouco.

Começa a contagem regressiva!

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