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Espælhados: um ensaio fotográfico sobre as belezas refletidas da capital portenha
Buenos Aires: Cultura e arquitetura espelháveis na alma de qualquer um e espalhadas por todos os lado.
MARTHA VICTORIA
DE BUENOS AIRES
Andando pela cidade é fácil se dar conta de que a beleza cultural da capital argentina vai além dos pontos turísticos. Cada elemento de cada canto encaixa perfeitamente em Buenos Aires e cada reflexo espalhado por ela é, sem sombra de dúvida, um retrato avesso de sua própria história.
O comum conta a história de pessoas apressadas, presas em suas próprias rotinas. Igrejas habitadas apenas pela presença do sol. Faculdades com entra-e-sai velozes de quem deseja arduamente voltar para casa. Estações de metrô que cruzam pessoas, esbarram bolsas e travam catracas, a fim de fazer transeuntes perderem as paisagens de vista e trocarem os reflexos da janela, por um cochilo meia-boca nos assentos acolchoados da linha azul.
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Livros que se espalham pelas bancas e librerias. Portenhos que leem a cidade e o mundo através dos papéis que os cercam. Uma sombra de conhecimento que não passa despercebida. A paixão por saber mais. Os lustres que iluminam prateleiras importantes e livros que iluminam as mentes mais simples. Não há beco que se passe ou avenida que se cruze sem que estejam cobertos por uma capa de conhecimento.
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A paixão do portenho pelo fútbol também é algo a ser explorado um pouco além do óbvio. Boca Junior. Museu. Uma tecnologia invejável conta não só a história do time, mas o ardor de torcer. Não há como não se apaixonar, principalmente sendo do país do futebol. O pouco que se registra, pela pressa dos guias não é suficiente para explorar, de fato, o desejo do argentino em ver seu time jogar. Porém apesar das bolas-fora, há uma magia refletida em correr do museu para o estádio.
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Ah, e o bairro?! Ah, o bairro. Como não ficar boquiaberto em La boca? Como não querer gritar os grafites? Como não parar e refletir as críticas expostas em cada desenho? Como não querer ver o porto e partir sem rumo? Ah, os ladrilhos coloridos. Um finito caminho, um Caminito. Cores que refletem na água e na alma e nas poças de uma chuva de julho que não deveria ter caído.
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Histórias de dor. De uma Argentina que não deveria ter acontecido. Uma tortura de quem viveu e talvez uma tortura maior ainda de quem pode ver resquícios de um ar pesado, sem saber de fato o que aconteceu ali. Um passado espelhado em tragédias, em guerras e sequestros. A morte de muitos dá vida à história.
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Libertad que não se limita a ruas e avenidas. Um passado que faz querer esquecer. Os tempos sombrios que já não pertence ao agora. O céu azul que parece trazer as nuvens para perto. Caminhos que saltam do chão. E que traz Frida à tona, sem dar calo nos pés. “…Tengo alas para volar”.
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Cidade que se põe junto ao sol. Uma flor que se fecha com o fim do dia. A esperança de um clarim seguinte para desabrochar-se outra vez.
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Ladrilhos que se espalham, esparsos nas multidões corriqueiras de uma capital agitada. Bandeiras expostas nas portas dos que ainda acreditam nela. Detalhes que são parte de uma cidade que reflete a si mesma.
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MARTHA VICTORIA é jornalista, crítica e romancista. Apaixonada por cultura e pela simplicidade da vida. Participante do “Jornalismo sem Fronteiras”, que submerge alunos e formados de comunicação à uma aventura de correspondência internacional em Buenos Aires.
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