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O dia em que tradição e inovação andaram juntos

Os olhos arregalaram e os pontos de interrogação rodearam as cabeças dos participantes quando Martín Leonetti começou a falar sobre o uso do celular no jornalismo. Sua chegada já começou impactante pela quantidade de pequenos equipamentos complementares ao celular que ele trouxe em sua mochila. Nada muito pesado, grande e nem difícil de transportar. 

Microfones adaptados para saída de áudio do celular, tripé e estabilizadores para câmera foram usados para entrevistar os alunos de UCA sobre o jogo Brasil x Argentina que aconteceria às 21h30. Como tudo na vida, tivemos que lidar com as dificuldades da tecnologia. Na hora da entrevista o microfone parou de funcionar, o aplicativo não aceitou o registro de uma nova conta e, ao final, o celular ficou preso no estabilizador e o medo de rachar a tela só cessou quando Martín ensinou o caminho das pedras.

Foi uma experiência diferente, difícil e muito satisfatória. Pudemos conversar sobre o avanço das tecnologias e a importância de ser um jornalista multitarefa. Durante nosso bate-papo, chegamos à conclusão de que o celular se tornou o Centro de Produção Áudio Visual dos repórteres.

Martín se despediu e nos deixou com nossas inquietações pessoas e o grande desejo de ir atrás dos novos recursos dos dispositivos móveis para produzir um jornalismo de maior qualidade e áudio visual.

Entre um café e outro, Sylvia Colombo abriu a porta da sala com um sorriso no rosto e foi recebida da mesma maneira. Empolgada com a profissão, envolveu-se na entrevista e trouxe sua experiência como correspondente internacional para compartilhar com os participantes.

Logo no início, contou um pouco da sua trajetória até se tornar correspondente. Ouvir o cuidado, a admiração e o carinho de Sylvia sobre Clóvis Rossi, encheu os olhos de lágrimas. Inspirou-se no jornalista que sempre foi generoso e lhe deu muito suporte em todos os momentos em que precisou de orientações.

Ao longo de sua fala, é nítido ver o quanto Sylvia carrega a humildade que ressaltou de Clóvis: “O jornalista deve fazer o melhor que pode, ser imparcial, produzir matérias interessantes e ser ativo nas redes. Mas o repórter que tenta aparecer mais que a notícia, para mim, não é bom.”.

Ser ativa nas redes é algo que está desenvolvendo nesse momento, porque agora não é só publicar a matéria. – é essencial fazer a divulgação online.

“As novas gerações vão nascer com muito mais facilidade para ser multitask, nós estamos nos adaptando, mas não é fácil. Para além do nosso tempo de apuração, entrevista e escrita das reportagens, temos que incluir o uso das redes nas mesmas 24h. E não fazemos com a mesma facilidade que a nova geração”.

Sobre ser correspondente em Argentina

A intensidade argentina vai além do futebol. A política é vivida com a mesma paixão, revolta e atividade que o esporte principal do país.

Sylvia mergulha em suas histórias pessoais, começando pela sua primeira vinda a Buenos Aires, que foi uma formação importante para sua carreira, de muito aprendizado. 

“Ficar muito tempo no mesmo lugar, pode ser perigoso, porque algumas coisas se perdem, como o olhar estrangeiro.”

Por outro lado, ficar pouco tempo na cidade não dá tempo de cultivar fontes – que é essencial para o trabalho de qualquer jornalista. O primeiro passo, quando se está no exterior, é entrar em contato os principais ministérios, chamar para um café e compartilhar os interesses. Dessa forma, quando precisar da entrevista, é mais fácil conseguir, apesar desse processo tomar muito tempo.

Apesar de todas as dificuldades da profissão, Sylvia transborda paixão pelo que faz, sobretudo pela possibilidade de contar histórias.

Foi uma conversa muito enriquecedora e apaixonante. É inspirador ouvir excelentes jornalistas, que estão há muito tempo no mercado, falarem com tanta paixão pelo trabalho que exercem. Um dia, quando eu crescer, quero ser igual a ela.


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