Sábado também é dia de IX Jornalismo sem Fronteiras. O compromisso diário estava marcado para…
Jornalismo do futuro
Com atualidades, visita ao La Nación e jornalismo móvel, os participantes tiveram um gosto do que são os longos dias do Jornalismo Sem Fronteiras
A tarefa número um de um correspondente internacional é conhecer o país para onde foi enviado. Por isso, a primeira atividade do dia – agora, o primeiro dia para valer! – foi uma conversa sobre atualidades argentinas. Helena Ceneviva, participante do VII Jornalismo Sem Fronteiras, em Buenos Aires, fez uma apresentação sobre os pontos principais da história mais recente do país.
Entre muitas dúvidas brasileiras e um participante argentino, a troca de indagações, respostas e reflexões foi marcada pela multiplicidade de opiniões e pontos de vista. Foi interessante ver quais eram as principais incertezas do público brasileiro, geralmente relacionadas à economia, e como os argentinos liam os mesmos assuntos.
Os jornalistas correram para a atividade seguinte. Se encontraram na sede do jornal La Nación, um dos veículos de maior circulação na Argentina, para conhecerem a redação e falarem sobre jornalismo de dados. O jornal, vale lembrar, é o maior vencedor de prêmios de jornalismo de dados na América Latina e tem um trabalho intenso de coleta e exploração de dados. É o caso do que fizeram em 2017 para tentar localizar um submarino que havia se perdido, ou da força tarefa sobre áudios coletados no Caso Niesman, procurador que foi assassinado depois de importantes revelações relativas a um atentado na Argentina.
Depois de bisbilhotar algumas telas de computador ao passar para o primeiro andar da redação, a curiosidade encontrou resposta. Entramos em uma espécie de aquário, uma sala envidraçada com uma grande mesa branca no meio, onde assistiríamos à reunião de pauta do jornal.
Em ordem, cada editoria comentou sobre os assuntos mais relevantes e indicou quais deles tinham relevância para capa do jornal. Coletivamente, discutiam os aspectos levantados e tomavam decisões pontuais. Este assunto ou aquele? Nesta posição ou naquela? Ao fim, vimos o esboço da capa do dia seguinte, as fotos escolhidas e a montagem.
Como o dia de um correspondente não tem hora para acabar, saímos do La Nación e voltamos ao hotel para nosso último compromisso. Íamos nos encontrar com Martin Leonetti, diretor de tecnologia da RCM (Red de Corresponsales Móviles), grupo de jornalistas que, desde 2016, formaram uma rede para capacitar profissionais da comunicação em jornalismo móvel.
Com incontáveis acessórios dispostos em cima da mesa, era difícil distinguir o que servia para quê. Alguns itens mais básicos, como objetos para estabilizar o telefone ou tripés, eram conhecidos, mas outros cabos, conectores e outros pequenos objetos irreconhecíveis podiam confundir e deslumbrar. Quando Martin nos mostrou alguns vídeos feitos com alguns daqueles acessórios, vimos, na verdade, como ali, em cima daquela mesa de menos de um metro, estavam um documentário, um programa de TV, um clip para o Facebook ou o que quer que você queira.
Dados e mobilidade: este foi um dia de jornalismo do futuro.
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