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Um salto, literalmente, na profissão

MARCELA TEIXEIRA, DE BUENOS AIRES

“Bienvenida a la Argentina. Podemos tener nuestros problemas, así como todos los países, creo, pero usted logrará experimentar muchas experiencias nuevas”. E, assim, me encontro com Buenos Aires. Destino que respirará jornalismo por dez dias, os quais prometem ser intensos. Estarei mentindo se afirmar que não conversamos, também, sobre o mundial. Após me introduzir à cidade, Juan, o taxista, não se conteve em me perguntar sobre a seleção. Depois, num ato de surpresa para ambos, afirmou estar torcendo, a partir de agora, para o Brasil.

​A próxima confirmação de que estava, de fato, na Argentina veio logo após à chegada ao hotel. Buscando algo rápido para comer me deparei com, pelo menos, quatro lanchonetes, uma ao lado da outra, com saborosas empanadas nas vitrines. Creio que não preciso nem comentar que esse foi o meu prato escolhido, certo?

​As olheiras e o cansaço não deixam esconder a feição de quem despertou às 4h e foi, até mesmo, acordada pelo comissário no último voo. Entretanto, o exausto deu lugar ao sorriso, de orelha a orelha, no momento em que encontrei o meu crachá de imprensa. Tudo estava começando. Era real. Era agora. A explosão de sentimentos foi incontrolável, mesmo que esperada. Uma mistura de ansiedade, entusiasmo, preocupação, felicidade e mais uma lista que completaria uma página inteira.

​E, então, como se um balde de café houvesse virado em minha boca, um cabo me ligasse à tomada ou, até mesmo, um banho frio tivesse tomado, adeus para o cansaço. Quanto às olheiras, não posso falar que saíram, mas, não eram mais problema. Enquanto a Cláudia Rossi, diretora do programa, explicava como seriam os próximos dias, nossos encargos e compromissos, a cabeça fervia de ideias. As quais foram tomando formas, rostos e nomes na reunião de pauta, que veio logo em seguida.

​Para acabar com o famoso clichê chave de ouro e encerrar o primeiro dia, entrevistamos a jornalista Mônica Yanakiew. Como contar mais de 30 anos de carreira em duas horas? Contudo, foi possível saber desde à realidade de um correspondente nos dias atuais até como se portar se você precisar saltar de um carro, no meio da noite, fugindo de um suposto sequestro. Não se assuste, havia alertado que eram mais de 30 anos de experiências. Não esperava uma história chata sobre dias sentadas na redação, né? Mônica coleciona vivências em guerras e revoluções e pode transmitir, de uma maneira muito verdadeira, quais são os principais pontos que um correspondente deve atentar-se.

Apesar de ter hesitado quando questionada sobre o futuro dessa profissão e o que poderíamos esperar daqui para frente, uma coisa, para mim, ficou clara: a paixão com que Mônica conta as suas histórias provou o motivo pelo qual estou aqui. Nós buscamos o mesmo brilho nos olhos e a vontade acumular experiências, ¿entonces vamos? Caminando!

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