Neste domingo (15), por volta das 12h, uma manifestação marcou os 4 anos da demissão em massa da emissora TeleMadrid. Seus participantes, em sua maioria jornalistas, que sofreram com os cortes em 2013, pediam nas ruas uma televisão pública verdadeiramente à serviço de seus cidadãos e não dos políticos. A manifestação saiu da Plaza Jacinto Benavente e caminhou em direção à Puerta del Sol, no centro da capital espanhola, durante todo o trajeto cantavam palavras de ordem.
A onda de demissões ocorreu no dia 12 de janeiro de 2013, onde cerca de 861 jornalistas foram demitidos sob alegações econômicas. No entanto, segundo a jornalista Mariajose Hinojosa Bravo, as mesmas vagas foram preenchidas por pessoas ligadas ao PP (Partido Popular) – partido conservador espanhol que se encontra no poder desde 2011 sob o comando de Mariano Rajoy, tendo sido reeleito em 2015.
Em 2014, o Supremo Tribunal da Espanha determinou ser improcedente o ERE (Expedientes de Regulación de Empleo) – como é chamado esse tipo de corte, mas não anulou a determinação. Desta forma, a empresa não foi obrigada a readmitir os trabalhadores, mas sim apenas elevar as indenizações.
Ainda segundo seus participantes, a maioria dos profissionais demitidos lutava pelo fim da manipulação da imprensa, que vinha se tornando cada vez mais partidária – uma prática que vem se espalhando pelas demais emissoras do país. Após anos de denúncias, os jornalistas “pagaram com seus próprios empregos” e “continuam lutando para que a injustiça seja reparada”.
Em 2016 foi proposto pelo governo a criação de uma nova Rádio e Televisão de Madri, que consiste na junção das já existentes Radio Televisión Madrid, TeleMadrid e Onda Madrid. Essa lei que foi contestada pelos partidos da oposição PSOE e Podemos, assim como pelos jornalistas demitidos em 2013, que dizem ter “muitos anos de história por trás e que o governo não pode relançar ao público a rádio e televisão pública de Madri, sem aqueles que a lançaram.”
Frente à todos os acontecimentos foi criado o portal SalvemosTeleMadrid e uma rede independente TM-EX (la televisión social), criada e alimentada, principalmente, por jornalistas que sofreram com as demissões, e que hoje, colaboram para vincular notícias de cunho social, cultural e político.
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