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PORTEÑA 

LETICIA TEIXEIRA, DE BUENOS AIRES

Buenos Aires é uma cidade para andar a pé! Foi o que sempre ouvi de pessoas que já visitaram a cidade algumas vezes, mas nunca pensei que fosse levar essa frase até a letra, quase num sentido literal.

Após um dia de alguma tensão, decidi que a melhor forma de conseguir as coisas durante o programa seria ir até elas, por isso munida do kit de repórter, mapa e cara de pau, me dirigi a uma série de entrevistas que acabou se transformando num dia totalmente diferente e inesperado.
A primeira parada era a UCA. Universidade Católica de Buenos Aires, onde iríamos entrevistar uma professora de Ciência Política.  ( sim, finalmente as pessoas começaram a responder emails! Parece que a semana aqui só começa na quarta). Aliás, que Universidade linda! Fiquei encantada com o local, o que foi um bônus.

Vista da Universidade Católica de Buenos Aires, em Puerto Madero, em Buenos Aires. Foto: Divulgação
Vista da Universidade Católica de Buenos Aires, em Puerto Madero, em Buenos Aires. Foto: Divulgação

Entrevista feita, a próxima parada era tentar localizar as sedes das Madres da Plaza de Mayo. Tinha dois endereços para ir e decidi não participar da excursão ao jornal Clarín. ( não fiquei muito feliz com isso, mas… acabou valendo à pena). Decidi ir até o primeiro endereço a pé e não sabia que era tão longe. Andei, andei, andei e andei mais…. devo ter andado umas 20 quadras pelo menos, mas não me arrependo. Conheci muitos lugares legais sem querer.

Uma lição para se aprender em Buenos Aires: nunca faça um trajeto sem pensar no número que vai, isso me fez andar dez quadras a mais, o que me toquei só quando cheguei no hotel. Dez quadras depois, ali estava a casa.

Bom… quando me dei conta do local em que estava, achei que talvez pudesse ter me metido em alguma encrenca. A rua ficava em um bairro um pouco mais maltratado. Haviam prédios antigos, com a pintura descascada e portas antigas. Nos andares térreos, apenas quioscos e algumas lojinhas.

Finalmente cheguei a casa que procurava. Uma construção de poucos andares, antiga e mal – cuidada , como as outras construções do local citadas acima. Confesso que fiquei um pouco tensa, mas já que estava ali, queria ver o que iria acontecer. Respirei fundo e entrei.

É claro que uma construção como essas abrigava aqueles elevadores antigos,  daqueles típicos de filme que fazem  barulho e sobem bem devagar. Entre naquilo. Achei que iria ficar presa por ali mesmo, já que o veículo fazia um chiado bem estranho.

Nessa viagem que durou apenas alguns segundos mas pareceu durar horas, cheguei finalmente ao meu destino….

Estava parada na frente da porta da sede da linha original das madres já alguns minutos e ninguém me atendia. Me recusava a perder a viagem de algumas ( muitas!) quadras que já havia percorrido e voltar para o hotel de mãos vazias. Cogitava ficar ali à tarde toda a espera de alguém que pudesse me atender, mas não tinha como me comunicar com ninguém e não sabia quanto tempo elas iriam demorar pra voltar. Enfim, depois de um tempo naquele corredor escuro pensando “O que estou fazendo aqui?” consegui apenas um telefone para falar com as madres.

Saindo do prédio descubro que as casas mais antigas aqui só abrem e fecham com se algum dos moradores abrir a porta…resultado? Sem madres? Sem possibilidade de sair. A saída foi esperar algum morador chegar e abrir para mim. Cinco minutos depois, lá estava a boa  alma que precisava.

Saí, já agradecida de sair daquele lugar e voltei para o hotel. Já estava bem frustrada dos resultados do dia e andei mais 20 quadras, mas a sorte estava perto de virar! Só quando cheguei no hotel tive acesso a internet. Logo, uma mensagem pedindo que eu corresse para a redação por que o correspondente de guerra Gustavo Sierra iria dar uma palestra e depois uma entrevista ( que eu tentava a alguns dias e até então não tinha obtido sucesso).

Peguei o primeiro taxi que vi e saí correndo direto para o Clarín, rezando para que a palestra não tivesse acabado. Fui assim, apenas com a preparação básica e sem tempo para me preparar da forma que queria.

Cheguei lá cansada, perdida e esbaforida. Finalmente consegui me encontrar com o grupo e consequentemente, consegui minha entrevista.  Saí do Clarín mais satisfeita do que cheguei, e surpresa de como a sorte vira para um jornalista. Lembrei das palavras de Mariana Carneiro, que disse que tem um santo protetor para os jornalistas. Presenciei isso de perto.

Depois de um dia longo ainda tivemos forças para acompanhar uma coletiva de uma das candidatas a presidência Argentina. Voltei para o hotel depois de uma longa noite. Uma noite de virada!

Agora deixa eu ir dormir por que amanhã o dia será cheio.

 

 

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