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Quarta-feira – 17 de julho

Manhã bem quente em pleno inverno portenho; uma entrevista coletiva a apenas três quarteirões do hotel; ao nosso lado, conversando descontraidamente conosco, os correspondentes Ariel Palácios (O Estado de S.Paulo) e Janaína Figueiredo (O Globo)… Definitivamente, a quarta-feira começou fora dos padrões! Para começar, saímos do hotel rápido, ansiosos e com um certo receio por conta do horário. Pois, como o local do evento era muito próximo ao hotel, saímos apenas vinte  minutos antes. Mas, assim que chegamos, percebemos que não havia com o que se preocupar, fomos um dos primeiros. Para muitos, aquela era a primeira entrevista coletiva da carreira. Como tema o lançamento do documentário “El Papa del fin do mundo”, do History Channel. Dava pra ver na cara de cada um o risinho bobo de dividir espaço com jornalistas dos maiores veículos da Argentina e outros correspondentes.

Na ante-sala do auditório, além de um (belo) buffet, estavam várias pessoas envolvidas na produção do documentário e especialista do assunto. “O Papa Francisco já é febre por aqui, divide espaço nas lojas de souvenirs com Maradona, Mafalda e Evita”, nos contava Ariel Palacios. Ele e a Janaína Figueiredo deram uma pausa na apuração que faziam para enviar para seus respectivos jornais e, humildemente, se juntaram a nós. Deram dicas que jamais imaginaríamos na cobertura de um evento, além de algumas sugestões em algumas matérias que estávamos produzindo. Também falaram sobre o clima nas principais redações do Brasil. Como vimos que a paciência deles estava sobrando, decidimos abusar um pouco: a Deborah pediu que ele a apresentasse à  Francesca Ambrogetti, uma jornalista que escreveu o único livro sobre a vida do Papa. Gentilmente, ele parou de tomar seu café, abordou a biografa e falou sobre a Deborah. Quando piscamos os olhos, ela  já estava entrevistando a Francesca num clima bem descontraído. A Júlia, que escrevia sobre o misticismo portenho, também correu atrás de seu entrevistado. Respirou fundo e foi sozinha abordar um padre que estava por ali, uma cena curiosa. Tímida, ela esperou até que ele parasse de conversar e, do alto de seus 1m50, cutucou o senhor que, à primeira vista fez um movimento de cabeça sem vê-la e, só depois, olhou para baixo. Nossa pequenina repórter só voltou depois de conseguir o que queria.

Quando o evento começou oficialmente, metade do documentário foi exibido e, em seguida, houve uma entrevista com a Francesca Ambrogetti, um produtor do filme, um integrante da ordem de Francisco e, acreditem: um rabino que é o melhor amigo do Papa e nos contou histórias curiosas da convivência deles. Não sei se foi uma percepção nossa, mas os jornalistas brasileiros parecem ter feito as perguntas mais interessantes. Não que estejamos subestimando nossos colegas portenhos, mas ouvimos perguntas do tipo: “O Papa é bonzinho  mesmo?” Em algumas delas, nem os entrevistados resistiram e deram cutucadas nos repórteres. Surpreendente o clima de uma entrevista coletiva. Constatamos nessa manhã que jornalismo de verdade se aprende na prática. No final da coletiva ainda teve um belo almoço, o que fez com que voltássemos para o hotel satisfeitos não só de informações.

A entrevista com algo estranho no ar

Todavia, se a nossa vida na coletiva foi fácil, a da Fernanda nem tanto. Na pauta sobre o grafite, indicaram que ela fosse a uma galeria. O lugar ficava aberto das 17h às 23h – diferente, não acha? Ela esperou o horário marcado e foi recebida, não só pelo entrevistado, mas também por um arroma peculiar  que pairava no ar… Durante nossa reunião de pauta, ela contou, com bastante vergonha, que o cheiro era de marijuana. Ao menos, não podemos dizer que a entrevista não foi inspirada.

A Mariana Stroco foi com a Gabi ao Zoológico de Lujan, onde os animais ficam soltos e as pessoas podem interagir com eles. Um show de fofura! Muitas histórias para contar, o díficil vai ser selecionar as melhores. Ficou curioso? Vai ter que esperar para conferir na matéria dela na Revista Enviado Especial.

Já sua chará, a Mariana Marinho, teve um dia mais erudito. Nada de grafites, bichinhos fofinhos ou estádios de futebol.  Para escrever sobre o teatro experimental argentino, ela assistiu o ensaio da peça do diretor que entrevistou ontem e, no período da tarde, falou com uma bailarina dona de uma companhia de teatro independente. O desafio agora é transformar a arte dramática no drama de escrever um bom texto.

Aventuras alheias

Como de praxe, o balanço do dia aconteceu na nossa “redação”. É o momento em que compartilhamos histórias e participamos um pouco das aventuras dos colegas. E, a medida que o wifi permite( ou seja, quase nunca), postar fotos e o nosso diário na internet. Às vezes, algumas pessoas até jantam – isso é um luxo para poucos. Você acha que acabou? Que nada! Agora, depois das dez da noite, é hora decupar as entrevistas, escrever as matérias e preparar a agenda para amanhã. 

 

 

 

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