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Aprendendo com quem sabe

ANGELICA ALMEIDA, DE BUENOS AIRES

Ontem tive mos a oportunidade de estar frente a frente com Ariel Palacios correspondente em Buenos Aires do jornal O Estado de S. Paulo e da Globo News. Um verdadeiro privilégio escutar um jornalista experiente que, desde 1995, cobre temas na Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e outros países da América do Sul e, em 2013, escreveu o livro “Os Argentinos”.
Foi uma manhã de escuta apurada, com o nervosismo natural presente no diálogo com esta testemunha ocular de momentos históricos, dentre eles terremotos, tentativas de golpes de Estado, crises econômicas e políticas. Apesar da grande experiência e eloquência, Ariel abriu mão das formalidades e permitiu uma conversa natural, apresentando fatos marcantes da sua trajetória e diferenças profissionais encontradas no início da sua carreira no exterior e no cenário atual que é fortalecido e, às vezes, implodido pela internet.

Alguns dos principais aprendizados que absorvi e gostaria de compartilhar foram:

A permanente leitura de informações é um dos hábitos que o jornalista precisa adquirir, sobretudo se almeja ser correspondente, uma vez que a rotina de trabalho é bastante solitária. Mais do que ler é necessário treinar a capacidade de discernir quais assuntos merecem ser ou não noticiados, em um contexto de muita desinformação nas redes sociais.

É preciso entender as diferentes lógicas dos diferentes contextos. Por exemplo, não dá para traduzir um evento político de um país vizinho para o Brasil porque, às vezes, não tem um paralelo ou um ponto de comparação. Talvez em uma conversa informal isso seja aceitável, mas “jornalisticamente falando, não é sério”. Não dá para se dizer: “isso é uma espécie de” no Brasil. Infelizmente há uma tendência das pessoas acharem que uma coisa é equivalente a outra.

O jornalista precisa ser bastante exato nos conceitos, nos números. Inclusive as estatísticas não só te dizem coisas sobre a realidade, mas podem antecipar cenários e pautas.

É fundamental buscar detalhes para explicar ao público os contextos que ele desconhece. Apesar de a notícia ser a mesma, alguns detalhes se tornam mais importantes e outros, mais específicos, podem interessar à localidade em que o fato acontece e não à população exterior.

Para entender o tema e produzir um bom conteúdo sempre se pergunte o “motivo” das coisas. Se não souber responder o por que, busque auxílio com algum especialista.

A primeira impressão que temos nem sempre corresponde à realidade. É necessário ouvir diferentes pessoas e pontos de vista.

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