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Adversário no futebol, aliado no turismo

Brasileiros lideram o ranking de turistas em Buenos Aires e desfrutam de seus atrativos

TAÍSA LUNA

DE BUENOS AIRES

 

A cidade de Buenos Aires, na Argentina, é considerada uma das cidades mais atrativas da América Latina, sendo eleita em 2013 como o melhor destino turístico da América do Sul, segundo o site Condé Nast Traveller.

Em 2011, a cidade bateu o recorde absoluto de turistas em Buenos Aires. Três milhões de turistas estrangeiros chegaram na cidade e os outros sete milhões de visitantes procediam do interior do país, no total foram dez milhões de turistas, revela um relatório do Observatório do Ente de Turismo, baseado em números da Pesquisa de Turismo Internacional do Indec.

Os brasileiros lideraram o ranking de estrangeiros con 874.747 visitantes (33,3%), logo atrás vem os norteamericanos (23,1%) e os procedentes do Chile (15,8%). Segundo o site do jornal La Nacion, os estrangeiros elegeram compras como principal atividade na hora de visitar Buenos Aires, enquanto os turistas argentinos se inclinaram pelos passeios pela cidade como primeira opção. A turista Renata Marques, de Belo Horizonte, conta que os preços em passeios turísticos estão altos, mas em compras compensa. “Nos lugares turísticos está tudo muito caro, não consegui ir, mas os preços das roupas e comidas são parecidos com os do Brasil, ou mais baixos”, afirma ela.

O tradicional bairro de Recoleta é reconhecido pelos turistas pela quantidade de pontos turísticos e com grande valor cultural. Elegancia em suas ruas e edifícios e aromatizada por uma grande variedade de árvores, ali se pode encontrar a sede principal do Museu Nacional de Belas Artes, a Biblioteca Nacional, o Centro Cultural Recoleta e a Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires. O brasileiro Roberto Crueiro, residente de São Paulo conta que é a terceira vez que vêm a Buenos Aires e nunca se decepciona, “já vim muito aqui e pretendo continuar vindo, sempre que passo por Recoleta me encanto cada vez mais”.

A Argentina è considerada o país dos couros e na feira Plaza Francia o material é fácil de ser encontrado. Foto por: Taísa Luna
A Argentina è considerada o país dos couros e na feira Plaza Francia o material é fácil de ser encontrado. Foto por: Taísa Luna

O bairro conta também com a feira de artesanatos de Plaza Francia, criada no final de 1970, quando um grupo de hippies começou a vender seus artesanatos no parque. A Plaza Francia possui uma grande diversidade cultural, museu de arte, centros de exposições e culturais, sítios históricos, entre outros, compondo um conteúdo rico e equilibrado para o turismo.

Desde este momento a feira não parou de crescer e atualmente tem mais de cem artesãos registrados, dado que para poder montar um posto na feira, é necessário passar por um exame de admissão que demonstra a qualidade e origem artesanal dos produtos.

A feira de Plaza Francia conta com acessórios para todos os tipos de público. Foto por: Taísa Luna
A feira de Plaza Francia conta com acessórios para todos os tipos de público. Foto por: Taísa Luna

Muitos turistas passam pela feira e admiram cada tenda e seus produtos, como Márcia Costella, de Porto Alegre, ela afirma que a feira é uma manifestação cultural da cidade de Buenos Aires e que os artesanatos são de ótima qualidade.

A Feira Artesanal oferece um pouco de tudo: pequenos objetos de arte, delicados acessórios (colares, pulseiras, tiaras, entre outros), artigos de couro confeccionados (sapatos, carteiras e cintos), produtos de prata, de vidro, cerâmicas valiosas, esculturas realizadas em madeira, roupas costuradas manualmente, tradicionais velas e incenso, souveniers e muitos instrumentos.

Colares, pulseiras e brincos são famosos na Feira, feitos pelos próprios comerciantes e com uma ampla variedade. Foto por: Taísa Luna
Colares, pulseiras e brincos são famosos na Feira, feitos pelos próprios comerciantes e com uma ampla variedade. Foto  por: Taísa Luna

A comerciante Josefina Lezica, nascida na província, veio para Buenos Aires para poder trabalhar na feira Plaza Francia. Possui uma tenda de esculturas em madeira. Ela explica que tira muitas ideias de livros religiosos e internet para produzir suas peças e possui clientes fixos da Europa que adoram o seu trabalho. Josefina conta que o seu trabalho depende muito do seu estado psicológico e não tem um padrão, “não produzo a mesma quantidade sempre, depende da minha mente, tem semanas que produzo mais, outras menos”.

Sua paixão pela arte vem desde pequena, ja que via sua tia trabalhando com cerâmica. Começou a se encantar por pintura até seu ex marido a ensinar a mexer com as máquinas que possui em casa para a produção de esculturas na madeira, produzindo seu próprio material, cortando, lixando, polindo e dando forma às peças. Desde então, não parou mais.

Josefina ganha a vida trabalhando na feira Plaza Francia aos finais de semana e feriados há 16 anos. Uma das principais coisas que valoriza em seu trabalho é o contato com os clientes, a admiração que os turistas têm pelas suas obras e esforço, já que eles compões 90% de seu público.

Josefina Lezica, comerciante de artesanatos em madeira há 16 anos, na Plaza Francia. Foto por: Taísa Luna
Josefina Lezica, comerciante de artesanatos em madeira há 16 anos, na Plaza Francia. Foto por: Taísa Luna

Ela afirma que se machucar durante a produção dos materiais é algo comum e corriqueiro, não se lembra mais de como é ter uma mão sem machucado por conta da madeira.

Josefina afirma que, pelo seu amor pela arte, não pensa em parar, “eu pretendo trabalhar assim por toda a minha vida, eu amo a madeira. Me encanta ver o resultado do meu próprio esforço”.

A feira é um passeio elogiado pelo locais e pelos viajantes como um ótimo ponto turístico, é muito atrativa para os jovens também, ja que é possível desfrutar de espetáculos de música, malabaristas e estatuas vivas que desafiam o cansaço.

É uma fusão de alegria, arte e bem estar em um só lugar e por isso que, juntamente a Feira de São Telmo, são as feiras mais importantes de Buenos Aires.

Suas peças são feitas manualmente e, muitas vezes, as imagens são retiradas de livros religiosos. Foto por: Taísa Luna
Suas peças são feitas manualmente e, muitas vezes, as imagens são retiradas de livros religiosos. Foto por: Taísa Luna

 

TAÍSA LUNA é jornalista e participou do “Jornalismo sem Fronteiras”, que leva jornalistas e estudantes de comunicação a Buenos Aires para um mergulho de 10 dias no trabalho de correspondente internacional.

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