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Relato de um Correspondente

Alejandro Rebossio falou sobre sua carreira e deu dicas fundamentais para estudantes brasileiros de jornalismo que pretendem seguir carreira internacional.

Político ou jornalista. Essas eram as duas opções que Alejandro Rebossio desejava, quando criança, seguir como profissão. A ideia de viver de política foi deixada de lado ao perceber as tramas  em que poderia se meter ao entrar nesse mundo. Com 17 anos, ingressou na faculdade e nem sonhava que um dia seria correspondente do jornal mais importante em idioma espanhol no âmbito internacional.

Confira matéria produzida por nosso correspondente Caio Prestes durante o Programa Jornalismo sem Fronteiras em Buenos Aires.

Durante a faculdade, Alejandro estagiou nos mais diferentes meios de comunicação, como tvs, jornais e rádios. O primeiro trabalho foi em uma revista financeira, que não o agradava muito. “O tema não falava de uma economia prática, era chato, com informações da bolsa, de bancos”, afirmou.

Foi ali que a carreira começou. Com a efetivação de um estágio. Fato que ele atribui mais à sorte do que ao talento. Para ele, “é uma questão de sorte você ser contratado ou não. Não basta apenas você ser muito bom. Se não tiver vaga, você sai”, disse. Exemplo disso, foi a sua entrada no Ámbito Financiero, periódico em que trabalhou durante dois anos, entre 1996 e 1998. Conta que havia, além dele, mais três estagiários trabalhando, entre eles sua ex-namorada, e que dois deles seriam contratados. Alejandro não foi um dos escolhidos, mas como um dos selecionados ficou doente, acabou efetivado. “Foi uma casualidade”, completou.

O jornalista contou também que trabalhar em jornais menores, como é o caso do Ámbito Financiero, é mais complicado porque você deve procurar focos diferentes a dar às matérias para que elas fujam do comum, fujam do que pode ser encontrado nos tradicionais Clarín e La Nación. Também foi nesse jornal que Alejandro teve experiências negativas com seu chefe. “Ele tratava todo mundo mal. Se não gostava de alguma coisa, dizia que a gente escrevia com os pés”, disse. Esse foi um fator que o ajudou a tomar a decisão de sair do diário.

Foi então que ingressou no La Nación, um dos maiores jornais da Argentina. “Essa experiência foi muito diferente da primeira. Por ser um diário grande, eu podia dar notícias ‘normais’, não havia a loucura de buscar notícias diferentes.”

Um ano mais tarde, Alejandro participou do Master de Jornalismo do El Pais, quando viveu durante doze meses na Espanha e teve suas primeiras experiências como correspondente internacional, época em que passou a escrever notícias espanholas para o La Nación. Quando retornou, já em 2000, fez o trabalho inverso do que fazia na Espanha:começou a enviar notícias sobre a América Latina para o El Pais. Durante a crise de 2011, Alejandro foi requisitado para escrever sobre a política argentina para o periódico espanhol, já que os dois correspondentes argentinos estavam sobrecarregados quantidade de informações que havia.

Após 14 anos como redator do La Nación, no final de 2011 o jornalista foi contratado pelo El Pais e deixou o jornal argentino, se dedicando integralmente ao periódico espanhol, escrevendo para a versão impressa e para o blog em seu site oficial.  Hoje, além do trabalho no El Pais, Alejandro é colunista no programa Catalejo, da Radio Continental, freelancer do La Nación e redator da Infolatam.

As palavras de Alejandro Rebossio causaram grande impacto nos estudantes que acompanhavam o relato. “Ouvir a história dos outros sempre nos faz crescer”, comentou a Julia Barbon, 17, estudante do primeiro ano de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Além de contar sua carreira, Rebossio também deu importantes sugestões de pautas para que os jovens jornalistas pudessem conhecer mais a cultura de Buenos Aires. “Aquela sugestão sobre as cuevas que trocam dólares foi sensacional, nem a experiente Joelma e os correspondentes Clovis Rossi e Ariel Palacios tinha pensando em uma coisa dessas”, exaltou André Ferreira Lima, estudante do segundo ano também da Faculdade Cásper Líbero.

 


Por: Caio Prestes

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