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Para combater desinformação, mídia deve fortalecer parcerias e cobertura internacional

Estamos engajados na “corrida armamentista” da informação, enquanto a desinformação desafia as notícias de qualidade de maneiras surpreendentes, de acordo com um painel do ICFJ em Boston sobre a colaboração da mídia global em um mundo fragmentado.

“A desinformação global é uma tendência assombrosa em seu escopo e intensidade”, disse Nicco Mele, diretor do Centro Shorenstein da Universidade de Harvard. Durante as eleições francesas, 18 nações, incluindo os Estados Unidos, produziram conteúdo falso “destinado a desinformar o público francês”, disse ele.

Isso ocorre num momento em que muitas organizações de notícias americanas, lutando para permanecer à tona, reduziram o número de agências no exterior, observou Philip Balboni, presidente, CEO e co-editor executivo do DailyChatter. No entanto, “a mídia tradicional precisa desempenhar um papel mais importante na cobertura do mundo”, disse ele.

Uma forma de lidar com os desafios é que os veículos de comunicação dos EUA criem colaborações com redes de notícias investigativas que surgiram em todo o mundo. Muitos desses grupos participaram do projeto “Panama Papers”, vencedor do Prêmio Pulitzer — e estão buscando alianças, disse o vice-presidente do ICFJ, Patrick Butler.

Kathleen Kingsbury, editora-chefe de digital do Boston Globe, disse que trabalhou com grupos de jornalismo sem fins lucrativos nos Estados Unidos, como a ProPublica e o Pulitzer Center for Crisis Reporting, para cobrir o escopo de crimes de ódio em sua cidade e em todo o país. “Estamos tentando encontrar parcerias”, disse ela.

Outra maneira de neutralizar “notícias falsas” é apoiar organizações internacionais de verificação de fatos, disse Butler. Chequeado, um grupo na Argentina, por exemplo, tem liderado formas inovadoras de expor alegações falsas. “Podemos aprender muito com o que está acontecendo ao redor do mundo”, disse ele. Ele acrescentou que o ICFJ lançou um concurso chamado TruthBuzz para encontrar maneiras de viralizar a verdade.

Além disso, o “sucesso da Rússia em semear o caos nas eleições dos EUA não passou despercebido”, disse Mele, do Centro Shorenstein. Ele disse que 37 redações na França reuniram recursos para identificar notícias falsas e “interrompê-las no meio do caminho”. Agora, existem estudos para determinar o que funcionou antes das eleições no Reino Unido e Estados Unidos.

Então, estamos perdendo a “corrida armamentista”? “Se estamos ganhando, não parece muito agora”, disse o moderador Dave Callaway, CEO da TheStreet e um dos diretores do ICFJ. Mas Balboni observou que “há um aumento no apoio ao jornalismo de qualidade desde as eleições nos EUA. As pessoas redescobriram o valor do bom jornalismo, o seu papel na democracia, e que isso não deve ser dado como garantido.”

Como Balboni disse, “este é apenas um momento e tempos melhores virão.”

Joyce Barnathan é presidente do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, em inglês), uma organização sem fins lucrativos dedicada a avançar a qualidade do jornalismo mundial.

Imagem principal sob licença CC no Flickr via Jacques Caffin. Imagem de Kathleen Kingsbury e Nicco Mele cortesia do ICFJ.

 

Fonte: IJNet

Por: Joyce Barnathan

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