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Dicas para conectar sua organização de mídia com um público mais amplo e diversificado

Jornalistas, e não seus públicos-alvo, geralmemte são quem fazem as perguntas. No entanto, para contar mais histórias que melhor refletem as preocupações dos seus ouvintes, uma equipe de repórteres na emissora de rádio pública de Chicago WBEZ decidiu mudar isso.

Em uma iniciativa chamada de “Curious City”, em 2012, a rádio começou a convidar os residentes a apresentarem perguntas de até 140 caracteres que seriam a base para futuras matérias. O grupo usou uma ferramenta popular desenvolvida pela criadora do Curious City, Jennifer Brandel, agora conhecida como Hearken, para organizar as questões colocadas. A Hearken vira ao avesso o método de reportagem: moradores da comunidade, e não editores, fazem perguntas que levam a matérias.

Ouvintes enviaram perguntas que variavam de estranhas a sérias. Como a maioria das perguntas foi feita por residentes em bairros de renda mais alta, em 2016 o Curious City começou um programa de extensão para convidar aqueles em áreas sub-representadas a participar. Um relatório recente para o Columbia Journalism Review (CJR) examina o que o Curious City aprendeu quando trabalhou no engajamento de um público mais diversificado.

Como outros jornalistas podem aplicar as lições do Curious City para obter mais ideias de pauta daqueles que vivem em comunidades de baixa renda? Aqui estão alguns tópicos do relatório:

Saiba quem é seu público principal para que poder identificar como expandir

Como aqueles que enviaram perguntas ao Curious City tinham que incluir seu endereço, logo ficou claro para a WBEZ que a maioria das perguntas apresentadas pelos residentes vinha das mesmas áreas onde a rádio púlblica já era popular. Moradores da região sul e oeste de Chicago — comunidades predominantemente afro-americanas e latinos — enviaram menos perguntas porque estavam fora do âmbito do principal público do WBEZ em primeiro lugar.

A equipe pegou essa informação e contratou um coordenador de divulgação para se conectar com os residentes nestas comunidades e descobrir sobre o que tinham curiosidade. Sem essas informações, eles não teriam sido capazes de alçançar pessoas fora do seu público tradicional e engajar um grupo mais diversificado de ouvintes. Por causa dessa iniciativa, a taxa de crescimento das perguntas feitas em áreas sub-representados foi substancialmente maior do que a do público em geral. A taxa de crescimento público geral das questões foi de 20 por cento, enquanto o da região sul foi de 53 por cento e o da região oeste foi de 78 por cento.

Incorpore iniciativas na rua

Em vez de alcançar as pessoas online, repórteres do Curious City passaram um tempo nos bairros conversando com os moradores locais. Eles se aproximaram de pessoas em parques e pontos de ônibus para descobrir que perguntas tinham. Esta abordagem cara-a-cara e direta permitiu que repórteres engajassem melhor com aqueles não eram ouvintes regulares da WBEZ.

Um repórter sobre o projeto disse que era mais fácil responder a perguntas sobre o Curious City e trabalhar nas questões com os residentes em pessoa, em vez de online. Houve também exemplos de moradores da comunidade reconhecendo o esforço local do Curious City, afirmou o relatório do CJR. Uma mulher que foi entrevistada disse que gostou que um repórter foi ao bairro para cobrir algo que não era um acontecimento negativo.

Faça parceiria com organizações comunitárias que compartilham valores semelhantes

Outra chave para o sucesso do Curious City foi seu esforço de estabelecer parcerias com organizações comunitárias com objetivos similares, disse o relatório do CJR. No caso do Curious City, a parceria com bibliotecas locais combinou bem: O Curious City queria que as pessoas fizessem perguntas, e as bibliotecas podiam ajudar a respondê-las.

Para aumentar o número das questões apresentadas, o Curious City montou mesas na entrada ou nos lobbies das bibliotecas públicas selecionadas. Uma das principais vantagens dessa estratégia foi ter sido menos trabalhosa do que enviar repórteres para andar pelas ruas da cidade. Outra vantagem foi que em geral as comunidades tendem a confiar em bibliotecas, então uma parceria com uma organização respeitável e confiável aumentou a confiança do público no projeto Curious City.

Aproveite o tempo para falar com as pessoas e ouvi-las

Você não terá o luxo do tempo sempre, mas não encurte conversas porque a fonte simplesmente não parece relevante no momento. Em um ponto durante o projeto, um produtor falou com um homem em um ponto de ônibus sobre a luta econômica de sua família. A história do homem não foi utilizada para o Curious City, mas deu ao produtor outras ideias de pauta que a WBEZ poderia fazer. Como observou o relatório do CJR, enquanto algumas conversas não resultaram diretamente em matérias do Curious City “o processo de engajamento contribuiu para a missão maior de conectar a WBEZ com perspectivas que poderiam não ter encontrado de outra maneira.”

Imagem sob liçença CC via Counse

Fonte: IJNet

Por: Em Okrepkie

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