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Alma de repórter

BÁRBARA MUNIZ, DE BUENOS AIRES

REUNIÃO DE PAUTA

Essa foi a primeira reunião de pauta do Programa que envolvia todos os participantes (sem nenhuma exceção) e os participantes argentinos, estudantes de jornalismo locais que nos auxiliariam com sugestões e fontes para encaminharmos as nossas matérias.
Nada como o contato com novos olhares, conversar com as pessoas que lidam diariamente com aquilo que é totalmente novo para você.
Eu e a minha dupla tínhamos uma visão da nossa pauta e, conversando com as estudantes argentinas, mudamos completamente o nosso direcionamento. Conhecemos o Plan Progressar, por exemplo, uma espécie de FIES argentino, que financia os estudos de alunos no Ensino Superior na Argentina em escolas particulares. Fomos encaminhados à algumas fontes para podermos conversar e elucidar o assunto.

Repórteres de Educação na reunião de pauta
Repórteres de Educação na reunião de pauta

ENTREVISTA COM MÁRCIA CARMO
Em seguida, a primeira convidada da série de jornalistas com quem teríamos a oportunidade de conversar sobre correspondência internacional chegou sorridente e repleta de assuntos para compartilhar.
A jornalista, que conta com um repertório internacional extenso (que inclui um curso sobre Coberturas de Risco pela BBC), falou sobre as suas experiências, como uma reportagem no Morro da Providência no Rio de Janeiro para o jornal O Dia e sobre a sua metodologia de trabalho. “Nuca se volta a um lugar perigoso após fazer uma cobertura de risco. Como jornalista, você já foi marcado pelos chefes do tráfico, por exemplo. Colete as suas informações e não volte”, comentou quando recordou do colega Tim Lopes. Márcia gosta de “voar solo” e atuar sozinha.
Infelizmente não pude acompanhar a conversa até o fim, pois já tinha um compromisso agendado: uma visita à uma escola municipal em Buenos Aires. Minha pauta sobre Educação ganharia um novo viés com a minha primeira imersão em campo.

 Márcia Carmo, correspondente brasileira para o Clarín e para a BBC, fala com o grupo Jornalismo sem Fronteiras

Márcia Carmo, correspondente brasileira para o Clarín e para a BBC, fala com o grupo Jornalismo sem Fronteiras

ESCUELA MUNICIPAL EVARISTO JULIO BADÍA
A escola, como todas as outras instituições municipais em Buenos Aires faz parte do Programa Conectar Igualdad, que disponibiliza netbooks para os estudantes do Ensino Primário.
Foi interessantíssimo analisar estruturalmente uma escola local, ver o comportamento das crianças e a opinião dos professores, que fizeram diversas críticas ao trabalho governamental. Contudo, vimos que a situação está à frente das iniciativas brasileiras. Por mais que as professoras reclamassem da má qualidade da internet, da defasagem na preparação e da falta de interesse de alguns professores em trabalhar com netbooks em aula.
“Somos facilitadores pedagógicos digitais”, afirmou Beatriz Battaglino, da escola. “É um momento de transição e acreditamos que em alguns anos as coisas mudem, pois, a tecnologia está presente na vida das crianças cada vez mais cedo, por mais que elas não tenham computadores em casa. Ainda não sabemos se o governo vai acompanhar, com investimentos, o desenvolvimento da tecnologia, que muda cada vez mais rapidamente e os equipamentos de hoje ficam logo ultrapassados. ”
O caminho até a escola também rendeu aventuras jornalísticas. O curto tempo e a quantidade de compromissos fazem da rotina do repórter uma corrida de resistência. Tínhamos 40 minutos para almoçar e nenhum vestígio de restaurante por perto. Foram quadras e quadras procurando um McDonald’s que estava sempre “na próxima esquina”, segundo uma colega que nos acompanhou e afirmava ter visto o restaurante nas proximidades. No fim, encontramos o “Mc” depois de perguntar para o vendedor de um “kiosco” e engolimos o lanche enquanto corríamos para chegar no nosso compromisso no horário marcado. E chegamos!

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

O Ministério da Educação fomentava a segunda parte da minha pauta sobre Educação. Decidimos ir ao local a pé, desvendar a cidade pelo caminho. Desvendar em 20 minutos, pois estávamos atrasados. De novo. Foram quarteirões ao ritmo de marcha atlética e vimos as ruas da Recoleta (bairro do nosso hotel) transformarem-se em ruas de comércio popular, parecidíssimas com o centro de São Paulo. Me senti entre as lojas de atacado de tecidos na rua José Paulino. E, entre ruas estreitas, barulho de carros e passantes descobrimos um prédio alto e robusto, uma parte do Ministério da Educação.
Lá, a organizadora do projeto, Veronica, nos elucidou os primórdios da ação do Ministério, o Programa Nacional de Formação Permanente Nuestra Escuela, que trata da preparação dos docentes com o apoio dos sindicalistas e do governo. Em um espanhol falado rapidamente e informações estritamente técnicas, fruímos até chegarmos à síntese do projeto: “a educação como direito”, nas palavras de Veronica. Empoderar a direção pedagógica e capacitar os profissionais da educação.
Voltamos para a nossa reunião diária no hotel assistindo aos glimpses noturnos da cidade porteña; os teatros iluminados e as construções antigas que remontam ao centro paulistano.

Veronica, do Ministério da Educação, conversa com os repórteres da matéria sobre Educação para o Caderno Especial
Veronica, do Ministério da Educação, conversa com os repórteres da matéria sobre Educação para o Caderno Especial

O dia foi uma aventura que rendeu muitas histórias.
Sorte, preparação (e bom condicionamento físico). O primeiro dia foi só uma amostra da correria do que vem pela frente!

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