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A origem da imprensa entre quatro paredes

O Museu da Imprensa reúne mobílias e documentos da origem da indústria gráfica

LAYANE SERRANO
DE BRASÍLIA

No dia 18 de dezembro, comemora-se o dia do museólogo. Em homenagem a esta data, vamos falar sobre a obra da museóloga Ana Maria Barbuda, responsável pelo planejamento do Museu da Imprensa, localizado em Brasília.

Prelo, máquina de costura, caldeira, aparelho dictafone e máquina de pautar são algumas das peças expostas do Museu da Imprensa. Inaugurado em 13 de maio de 1982, contém mobílias, máquinas e documentos que registram a história do jornalismo nacional. Vamos conhecer um pouco sobre esse acervo?

Como tudo começou?

Em 1808, com a chegada da família real portuguesa no Rio de Janeiro, foi criada a primeira editora “Impressão Régia” e o primeiro jornal “ Gazeta do Rio de Janeiro”. No museu, é possível ver o primeiro livro brasileiro, criado em 13 de maio de 1808 e a primeira edição da Gazeta do Rio de Janeiro, em 10 de setembro de 1808.

Foto divulgação
Foto divulgação

A liberdade da imprensa

No mesmo período, em Londres, Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça fundou o “Correio Brasiliense”, que era muito requerido pela elite da colônia por não ter censura. Temendo a concorrência, D. João proibiu que o Correio circulasse no Brasil, mas hoje, a mostra conta com os registros desse jornal que marcou a liberdade da imprensa.

A primeira mulher no serviço público

O teclado perfurador monotipo é um equipamento parecido com uma máquina de escrever. Possui 278 teclas que correspondem a fontes diferentes. Nesta máquina trabalhou a primeira mulher que iniciou no serviço público brasileiro, em 1892.

Os degraus da indústria gráfica

Johannes Gutemberg, por sua vez, desenvolveu o método de impressão e composição das tintas, contribuindo para o desenvolvimento da indústria gráfica e da imprensa. Os jornais eram impressos no “prelo”, máquina que prensava a folha do jornal nas peças de bronze que eram marcadas pelas letras e tinta. De lá, eram levadas para a guilhotina.

Os primeiros livros eram costurados e por isso tinham uma estrutura mais resistente. Depois, suas páginas passaram a ser fixadas com a cola que era derretida nas caldeiras. Na capa dos livros, os títulos prensados eram banhados a ouro, por isso que no museu há balanças que pesavam esse metal.

Os registros de notas de cartório e atos administrativos eram criados na máquina de pautar. A mostra conta com o primeiro registro do Diário Oficial, em 1 de outubro de 1862.

Foto divulgação
Foto divulgação

3,2, 1 gravando!

O aparelho dictafone é uma das máquinas mais exóticas. Ele era uma espécie de gravador, normalmente usado para ditar cartas.

A máquina de fotografia manual, por sua vez, utilizava três tipos de câmaras fotográficas: horizontal, vertical e autovertical. O equipamento foi desativado com os avanços do computador, no século XX. Um contraste do tempo acontece quando você fotografa essa máquina, que é enorme, com o celular.

Ao conhecer a mostra, você vivencia a linha do tempo da imprensa e percebe como os processos antigos exigiam mais mão-de-obra do que a intelectualidade. E como o passado explica o presente, você poderá compreender o comportamento da imprensa brasileira, desde a influência política até a necessidade de regulamentar o jornalismo como profissão.

Se você está na capital, não perca a oportunidade de conhecer esse espaço que além de ser uma atração turística, contribui para o conhecimento sobre o mundo da comunicação brasileira.

A exposição do Museu da Imprensa Nacional fica aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, no Lote 800 Quadra 06 – Cruzeiro / Sudoeste / Octogonal, Brasília – DF. Para agendar a sua visita ligue: (61) 3441-6919.

Layane Serrano é jornalista e participa do programa “Jornalismo & Poder”, que leva jornalistas e estudantes de comunicação a Brasília para uma imersão de uma semana na cobertura política.

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